Lua Cheia: Carrie seria mesmo estranha?

1 de abril de 2016
Olá leitores!!!
No Lua Cheia de hoje, nossa análise será a respeito da personagem Carrie, estranha para muitos.
Carrie, a Estranha foi a primeira obra publicada pelo ícone do terror Stephen King. Esta já foi adaptada para os cinemas quatro vezes: a primeira em 1976, seguida por uma sequência de 1999; e depois ganhou duas refilmagens, sendo uma em 2002 e a última em 2013 (estrelada pela queridinha do momento, Chloë Grace Moretz).
Mesmo não lendo ao livro e tão pouco assistindo suas adaptações, tenho certeza que você conhece parte dessa história. A famosa cena em que uma garota, ao ser coroada rainha do baile, é banhada em sangue (ou tinta, água, farinha, etc.) foi inspirada nela.
Assistiu Rainha da Sucata, de 1990? A cena em que a protagonista Maria do Carmo é banhada em lixo, faz referência à obra. Em 1998, no especial Sandy & Junior, também tivemos uma cena inspirada no banho de sangue. A atriz Mariana Ximenes foi a protagonista do banho, e voltou a repetir, algum tempo depois, na novela Chocolate com Pimenta, também em alusão à obra. E não são apenas os diretores globais que apreciam o drama de Carrie. No seriado Glee, especificamente no episódio Tina in the Sky With Diamonds, a personagem Tina também levou um banho de raspadinha vermelha.
Vamos comigo conhecer a história dramática de Carrie? Garanto que depois deste post, você perderá o medo, e ficará louco(a) para ler o livro.


Carrie é uma adolescente diferente. Sempre quieta, não tem amigos e acaba sendo isolada na escola. Sua mãe é uma fanática religiosa, e tudo para ela é pecado. Aliás, se existe uma pessoa estranha nesse livro, é justamente essa senhora; que se utiliza de uma varinha de aço para punir a filha. A agressão física somada ao abuso psicológico que a adolescente sofre em casa, auxiliou em seu comportamento reclusivo.
Aponto desde já, que Carrie é especial. Ela tem o poder da telecinese
O que seria isso? Ela consegue mover e manipular objetos apenas com a mente. Essa é a parte sobrenatural de nossa história, e não parem de ler só pelo fato de eu citar sobrenatural. Lembrem-se que Magneto (X-men) também tem esse poder, e nem por isso é associado ao terror.
Carrie não sabia utilizar esse poder, mesmo tendo nascido com ele, e passou a aperfeiçoá-lo as escondidas; já que sua mãe imaginava ser obra do demônio e poderia castigá-la. Com o tempo, também descobrira outro dom: a telepatia.
A relação de Carrie com a mãe era totalmente estranha. Como tudo era visto como pecado para a mulher, nunca ao menos explicou ou conversou com a garota sobre coisas corriqueiras do corpo humano, como a primeira menstruação.
E a tal na menarca ocorreu justamente na escola. Com medo de estar doente ou morrendo, a garota faz um escândalo atraindo a atenção de todas as meninas de sua turma, inclusive de sua professora, e vira alvo certeiro de piadas.
As outras meninas começaram a jogar tampões e absorventes nela; a professora de início a repreende, pois não acredita em tamanha estupidez. E então, nossa garota é levada para sua mãe, que a abomina por se transformar em uma mulher (acredita que é obra do demônio também).
Conseguiram compreender todo o drama existente nesse enredo? Pois tem mais...
Carrie é alvo do grupo liderado pela patricinha popular Chris Hargensen. Esse grupo provoca ainda mais atrocidades na mente já agredida de nossa protagonista. 
Claramente, Carrie não passa de mais uma vítima de bullyng. Muitas histórias, reais ou não, trazem um desfecho feliz para as vítimas. Seja pela interferência da família, amigos, profissionais e até mesmo com a inclusão de novas pessoas no círculo da vítima; temos inspirações de pessoas que deram a volta por cima.
Neste caso fictício, os professores não fizeram nada para ajudá-la. Ninguém detectou que ela também sofria em casa. Ela não tinha amigos a quem poderia confiar, e o príncipe encantado não veio.
Então, como conseguiu ser rainha do baile?
O negócio é mais sujo do que vocês possam imaginar. Carrie foi convidada para o baile pelo garoto mais lindo da escola, a pedido da namorada do cara, que é amiga de Chis Hargensen. E uma grande armação para este dia foi planejada, e claro que não irei contar detalhes dessa treta, porque não vou tirar a magia do enredo original.
Acontece que essa história não é tão diferente das tantas que vemos por ai. Stephen deu a protagonista um dom, que foi sua arma para o gran finale. Quantos adolescentes não se utilizam de cordas, revólveres, estiletes, lâminas, e etc., como arma para o seu próprio fim, após uma vida de abusos?
Espero que você reflita e veja nossa menina Carrie como uma vítima, não como uma vilã; e dê chance a esse clássico que inspira tantas adaptações.

Saibam mais sobre Carrie, A Estranha:
Resenha - da querida Gabi, do blog Psychoteca


Fonte: Wikipedia

Post por: Bia Gonçalves
Sua maior paixão são os livros que lhe fazem viajar. Odeia mesmices, por isso adora se aventurar nas páginas de uma boa fantasia e se prender a um terror daqueles de parar o coração.
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10 comentários:

  1. Oi Bia, sua linda, tudo bem?
    Eu vi o filme na versão antiga e ela me deixou com muito medo. Na verdade, acho que não foi medo, é uma sensação estranha, o que fizeram com ela nos deixa muito mal. Você falou muito bem, já era bullying e um pesado. E a tortura psicológica dessa mãe, nossa, com certeza ela era uma vítima. E a forma como ela se defendeu é um alerta. Já se passaram tantos anos e nossa sociedade não aprendeu nada. Não gosto muito desse autor, mas essa é uma da poucas histórias dele que eu recomendo, tem também Um sonho de liberdade e a espera de um milagre. Adorei essa postagem!!!!
    beijinhos.
    cila.
    http://cantinhoparaleitura.blogspot.com.br/

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    1. Oi Cila!
      Conheci a história de Carrie muito nova, e enxergava apenas uma garota estranha que tinha super poderes. Hoje, já vejo da forma que coloquei no post; e acho Stephen genial por trazer a tona um tema que desde sempre existiu, só não era abordado. Eu morro de vontade perguntar pra ele, se sua intenção era alertar rsrsrs.
      Obrigada ♥
      Beeijos

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  2. Uaaaaau, ficou ótimo, como sempre! não entendo o pessoal que demoniza a pobre Carrie. Eu sou apaixonada pela primeira adaptação! Ela é a que mais extrai a essência da personagem, já a última adaptação é dispensável - muito interessante o fato de terem atualizado a história, inserindo tecnologia e tal, mas aquela Carrie tá longe da que King criou. Ou estou sendo chata, já que não gosto nadinha da atuação da Chloë.
    Enfim... ótimo post, adorei <3 <3

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    1. Oi Gabi!! Muito obrigada ♥
      Acho que por lerem o nome do autor. Se fizéssemos uma brincadeira, colocando John Green, seria um drama bonito; como é Stephen, é possessão. rsrsrs
      Beeijos

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  3. O livro é SENSACIONAL! Eu assisti aos filmes antes de ler e ainda assim a leitura não perdeu a magia. Gostei muito da sua análise, está coberta de razão. Carrie teve uma vida de abusos e teve o momento de explosão porque já não aguentava mais.
    Café, Vodka e Literatura

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    1. Exatamente Julia, e por isso sempre fui a favor de Carrie.
      Beijos

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  4. Cara, eu acho a lição dessa estória fantástica! O gran finale (como você disse, rs) é de arrepiar.
    Carrie foi o primeiro livro do King que eu li, e preciso admitir que ele não cumpriu boa parte das minhas expectativas, mas eu realmente não posso negar a influência desse livro. Ele discute questões como bullying e religião de uma forma muito ácida, e isso é fantástico.
    Eu gosto de acreditar que só entende a Carrie como vilã quem é burro ou mau caráter hahahah

    Mago e Vidro
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    1. Oi Tisa!! Também nunca tive a Carrie como vilã, e conheço muita gente que afirma com todas as letras que a garota foi maléfica no gran finale.
      Bem, eu não acho. E considero que não gosto muito dessa obra justamente pelo fim que a garota teve.
      Beeijos

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  5. Oi Bia,

    Essa cena é clássica mesmo e eu conheço a Carrie dos filmes, o livro eu nunca cheguei a ver. A adaptação mais recente também não vi, na verdade eu achei desnecessário já que a de 2002 foi ótima. Quero até ver essas antigas, pois não sabia que existiam.

    Bjs, @dnisin
    www.sejacult.com.br

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