Lua Cheia: A lenda da Bruxa de Blair

26 de outubro de 2016
 Vocês conhecem o filme famosíssimo A Bruxa de Blair, mas sabiam que existe uma lenda por trás dele?  Hoje trago a lenda que deu origem ao filme e inclusive é motivo de deixar estudiosos com a pulga atrás da orelha.
 Verdade? Ficção? Seria a Bruxa de Blair uma pobre coitada? Deixem o medinho de lado e venham comigo conhecer essa lenda fantástica e perturbadora.

 A lenda da Bruxa de Blair não nasceu nos anos 90, como muitos acreditam. Ela vem de séculos atrás, iniciando-se especificamente no século XVIII.
 Em 1771, foi fundada onde hoje é a cidade de  Burkittsville, a Vila de Blair. Dentre os moradores desta vila, existia uma mulher chamada Elly Kedward, que fora acusada por diversas crianças, em fevereiro de 1785, de atraí-las para sua casa e retirar seu sangue, numa espécie de ritual. No século XVIII a Caça as Bruxas ainda estava em alta, assim sendo, Elly foi acusada de feitiçaria e banida do vilarejo durante um rigoroso inverno. A mulher foi tida como morta e seu corpo não fora encontrado.


 No ano seguinte, também no inverno, algo inexplicável aconteceu: todos os que acusaram Elly de bruxaria e metade das crianças do vilarejo desapareceram. Somados a outros acontecimentos ruins, os moradores passaram a acreditar que em Blair reinava uma maldição. Temendo algo pior, abandonaram o vilarejo e juraram jamais pronunciar o nome Elly Kedward novamente.
 Em 1824 foi fundada a então cidade de Burkittsville no lugar do vilarejo. Novos eventos bizarros passou a surgir. Uma criança de dez anos, chamada Eileen Treacle, morre afogada na enseada de Tappy Creek. Onze testemunhas afirmaram ter visto uma mão pálida, aparentemente feminina, empurrar a garota para a água. O mais estranho é que no período de 13 dias após o afogamento, a enseada ficou completamente obstruída por feixes de galhos oleosos, impedindo as buscas. Desta forma, o corpo de Eileen nunca foi encontrado.

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 Março de 1886. Robin Weaver, um garoto de oito anos, é dado como desaparecido. Grupos de buscas foram acionados para a procura da criança. Robin é então encontrado, mas um dos grupos desaparece. Semanas se passam até que os corpos são encontrados no Rochedo Coffin, amarrados juntos pelos braços e pernas, sem entranhas.
 Até aqui, nada que pode realmente ser comprovado certo? Mas as coisas ficarão mais tensas agora.
 Vamos avançar para o século XX.
 Em 1913, a cidade recebe o morador Rustin Parr. Ele não teria tanto destaque nessa época, pois era apenas uma criança. Seus pais morreram e por isso fora morar com os tios. Dizem as más línguas que o tio era terrível, violentava e abusava do garoto, mas mesmo com toda essa negativa, o ensinou carpintaria e Parr passou a praticar pelo resto da vida, já que nunca se interessou realmente por outra coisa.
 Talvez por causa da violência que sofria em casa, Parr gostava da solidão. O bosque que cercava a cidade era seu lugar preferido, e já adulto, resolveu construir uma casa justamente lá. Casa pronta, Rustin Parr continuava a trabalhar para seu tio, mas já não vivia com ele. Resolveu se estabelecer completamente em sua casa no bosque quando o tio morrera, indo à cidade apenas duas vezes ao ano para comprar suplementos.
 Apesar de isolado e gostar da solidão, Parr era considerado amistoso e bondoso pelos moradores de Burkittsville. 
 O homem, em uma de suas caminhadas pelo bosque, passa a ver a figura de uma mulher. Imaginando ser algum caçador não deu muita importância, porém essa "visão" se tornou cada vez mais frequente, até que certo dia, resolveu se aproximar e constatou que tal mulher simplesmente sumiu na escuridão.
 As coisas ficaram piores quando Parr começou a ouvir a voz da mulher. Cada vez mais alta em sua mente, pedia para que ele fizesse coisas, como dormir no porão. De início não dava importância a voz, mas percebeu que quando obedecia, ele tinha sossego. E assim, passou a acatar o que a voz mandava.
 Em novembro de 1940,  Burkittsville registra o desaparecimento de Emily Hollands. A partir de então, mais seis crianças desaparecem misteriosamente da cidade.


 Em novembro de 1940, Parr não vê mais a mulher, mas sua voz continuava a perturbá-lo, pedindo para que ele fosse até a cidade e capturasse duas crianças. Ele acatou o pedido, mas não parou por ai. A voz mandou Parr capturar oito crianças.
 Maio de 1941, Parr vai até a cidade e conta para as pessoas num mercado local que ele finalmente acabou.  A polícia faz uma busca em sua casa e encontra sete crianças mortas, enterradas no porão, sem entranhas. Uma delas, o garoto Kyle Body, havia sobrevivido.
 Parr confessou todo o ocorrido à polícia, ressaltando que quem mandara ele confessar tudo era a voz.
 A cena era puro horror. Nas paredes haviam marcas de mãos e escritas sem sentido em inglês e outras em transitus fluvii, uma antiga linguagem usada por praticantes de bruxaria.
 Kyle contou a polícia que ouvia gritos e viu Parr estripar as crianças, fazendo símbolos com seus órgãos internos.
 Seria Parr um psicopata? Será que a solidão que ele se encontrava foi o motivo para sua loucura?
 Bem, isso não poderemos saber, pois Parr fora sentenciado à forca pela corte. O estranho em tudo isso, é que Kyle, uma das vítimas, chorou quando soube da sentença.
 Assim, surge uma nova teoria: a de que Kyle manipulava Parr. Esta não deixa de fazer sentido, já que investigações apontam que Rustin não conhecia as sete crianças, mas Kyle sim. Registros apontavam ainda, que Kyle teve brigas com algumas delas.
 Se tratava de um psicopata infantil? Não sabemos ao certo.
 Há várias teorias para esse caso, ceticamente falando, tudo mostra uma esquizofrenia. Porém, a lenda da Bruxa de Blair é sempre interligada ao ocorrido. Só para constar, Kyle se matou em 1971, sendo a maior parte de sua vida passada em prisões e clínicas psiquiátricas.
 1994. Motivados a investigar a lenda da Bruxa de Blair, três estudantes de cinema chegam a Burkittsville com um intuito de montar um projeto sobre tal lenda. Já na cidade, eles começam a entrevistar moradores para a coleta de dados. No dia 21 de outubro, após entrevistar dois pescadores, os estudantes resolvem adentrar a floresta, e desde então, nunca mais foram vistos.
 As buscas pelos jovens se iniciaram no dia 25 de outubro de 1994. Homens auxiliados por cães, helicópteros e até mesmo um satélite do Departamento de Defesa foram usados nas buscas que duraram dez dias. Sem vestígios dos jovens, o caso é dado como inativo e sem solução em julho de 1995.
 Em outubro do mesmo ano, estudantes do Departamento de Antropologia de Maryland, encontram uma bolsa contendo materiais que aparentavam pertencer aos jovens. O curioso, é que tal bolsa fora encontrada enterrada numa fundação de uma cabana de 100 anos atrás.
 A Bruxa estaria por trás do desaparecimento desses jovens?
 No vídeo a seguir vocês conferem um documentário exibido pela Discovery Chanel, que conta com imagens das fitas dos jovens:



 O fato é que realmente toda essa lenda é muito interessante e desperta curiosidade até naqueles que não gostam de terror. Mas, para a tristeza geral da nação, toda a lenda por trás da Bruxa de Blair foi apenas uma jogada de marketing dos produtores do filme. Os diretores começaram a criar toda essa lenda em 1993, de acordo com o blog Assombrado. E não é que é fácil criar uma lenda? Eles criaram um falso documentário a respeito da mitologia da bruxa e ainda juntaram recortes falsos de jornais e entrevistas. 
 Se procurarmos a respeito das vítimas e até mesmo sobre Elly Kedward no Google, veremos que tudo está interligado ao filme, o que comprova o marketing. Eu só ficava receosa com o fato do documentário, pois parece ser tão real né? Pois é, cai feito uma patinha, trata-se de um Mockumentary, falando mais claro, é um falso documentário. Tudo mentira. 
 Convenhamos que foi uma ideia hilária. 

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 Já conheciam a lenda? Sentiram medo? Qual foi a reação de vocês ao descobrirem todo o desfecho dessa estória? 
 Ahh e se quiserem saber sobre o filme cliquem AQUI e visitem a página do Adoro Cinema.

 Fontes de Pesquisa:



Post por: Bia Gonçalves
Sua maior paixão são os livros que lhe fazem viajar. Odeia mesmices, por isso adora se aventurar nas páginas de uma boa fantasia e se prender a um terror daqueles de parar o coração.
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8 comentários:

  1. Oi Bia! Adorei o post!
    Eu não conhecia esta lenda e estava ficando com muito medo ao longo da leitura do seu texto, mas quando cheguei no final fiquei bem decepcionada hahaha
    É claro que não daria para saber se tudo era mentira ou verdade, mas a história toda estava parecendo muito real! Realmente, é fácil criar uma lenda haha
    Bjos!

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    1. Tá vendo? Sentimos medo de algo que nem é verdade, por isso que terror é meu gênero predileto.
      Beijos

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  2. Oi Bia...
    OMG... Esse especial de Halloween está sensacional!!! Adorei esse post... Não conhecia a lenda e conforme fui lendo (e vendo essas imagens assombrosas que você colocou... rs) confesso que fui ficando bastante apavorada... Que criatividade para criar essa lenda, pois tudo parece realmente muito real... Parece que as imagens da história vão se formando na mente.... Que medo... rs...
    Beijinhos...

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    1. Fico toda boba e feliz por estar gostando tanto da nossa festa. obrigada, o post realmente tinha essa intenção de apavorar e ao final você soltar um grande "ufaaaa".
      Beeijos

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  3. Ooo Bia!
    Essa bruxa me dxa com o pé atrás...Eu vejo o filme me borrando toda vez...Ainda nao vi o novo, mas ainda tô pensando se vou ver viu...rsrs
    Msm amando o gênero tem alguns q me dão arrepio por causa da história q carregam...
    Bjs

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    1. Oi Aline! Bem, espero que tenha lido toda a estória. Eu não vi o segundo filme e perdi a vontade em ver quando soube que não é tão bom. Não fique com o pé atrás.
      Beijos

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  4. Não conhecia a lenda e achei ela toda muito interessante, já tava aqui lendo e acreditendo em tudo rsrs, ai no final vc fala que foi tudo uma jogada de marketing... Pois é, como é fácil mesmo criar uma lenda e fazer as pessoas tomarem ela como real. Tenho que admitir que foi tudo muito em elaborado e a pessoa que pensou nisso foi muito esperta, pois tudo parece ser bem real. Mas no fim ainda bem que é tudo falso se não ia passar o dia pensando nisso com medo rsrsrs
    Me deu até curiosidade de ver o filme (mesmo dona Fabi falando que o filme e ruim e não dá medo rsrs) só pra tirar minhas próprias conclusões ;)
    Bjs

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    1. hahaha A Fabi acabou com todo o marketing caramba kkkkk
      Bem, assista sem expectativas. Eu achei bom na época a ponto de até sentir medinho, mas confesso que existem filmes melhores (bem melhores). A Fabi tem razão nos pontos que colocou, porém é um filme que, por todo o diferencial que carrega, merece ser assistido.
      Beeijos

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